Santuário do Senhor Bom Jesus Campo Largo

“Setembro e outubro: os meses do discípulo missionário”

Os meses de setembro e outubro são dois meses importantes na vida da Igreja, porque nestes meses somos convidados a voltar os nossos olhos e os nossos corações para a Bíblia e a Missão. Mas então somente nestes meses devemos nos voltar para a Bíblia e a Missão? Claro que não! A Bíblia é fonte da vida da Igreja. E a Missão é uma das exigências que fazem parte da natureza própria da Igreja. Não se pode imaginar a Igreja se ela não for missionária.

Mas a Igreja, com sua sabedoria, escolhe alguns meses do ano para especialmente voltar-se a um tema específico para ajudar os fiéis a aprofundarem sua fé e seu compromisso evangelizador.

Assim sendo, neste ano de 2013 o mês bíblico se voltará para o Evangelho segundo São Lucas sob o prisma do discípulo missionário. O tema escolhido revela o Evangelho que estamos lendo neste Ano Litúrgico C, e os cinco aspectos fundamentais do processo do discipulado: o encontro com Jesus cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão propriamente dita. O lema indicado é: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (cf. Lc 15).

Neste capítulo (15) do Evangelho de São Lucas, Jesus conta três parábolas, a da ovelha perdida, a da dracma perdida e a do filho pródigo. Em todas elas o que estava perdido foi encontrado. Elas são chamadas parábolas da misericórdia porque revelam a atitude de Deus diante daquele que se arrepende e volta.

Logo, o discípulo missionário não pode ter outra atitude se não acolher quem caiu e quer voltar. Aliás, uma das características de uma paróquia renovada é o acolhimento.

Para o mês missionário a Igreja escolheu como tema Juventude e Missão, e como lema “A quem eu te enviar, irás” (Jr 1,7b). O tema Juventude está em consonância com a Campanha da Fraternidade deste ano e a Jornada Mundial da Juventude. Aliás, pudemos ver na JMJ um banho de entusiasmo da juventude por Jesus Cristo. Foi de encher os olhos e alegrar o coração.

Mas este entusiasmo deve ser permanente, não só por ocasião da JMJ. Foi o que o Papa Francisco desafiou e enviou a juventude. A serem arautos do Evangelho onde quer que estejam e, principalmente no seu meio, na família, na escola, na universidade, no grupo de amigos, no trabalho. O Evangelho precisa permear toda a vida, as opções feitas, os princípios, as ideias, os projetos, enfim, tudo.

Não se pode querer ser cristão dentro de Igreja e lá fora, no cotidiano, esquecer-se de quem é. Aliás, Tertuliano, que viveu entre os anos de 160 e 220 depois de Cristo, um dos primeiros escritores cristãos, já dizia: “Cristão, lembra-te filho de quem és”.

Sabemos que hoje é um verdadeiro desafio testemunhar a fé, seja em nosso país, seja pelo mundo a fora. Quantas resistências, quantos preconceitos, quanta indiferença para com o Evangelho e para com a palavra da Igreja. É como se a Igreja não tivesse nada mais a dizer. Por isso o lema é “A quem eu te enviar, irás” (Jr 1,7b). É para este mundo que somos enviados e, especialmente os jovens são enviados. Para dar razão de nossa fé.

Assim sendo, vemos que esses meses temáticos são muito curtos, se quisermos nos dedicar ao que eles nos propõem. Eu ousaria dizer que são como que um “tira gosto”, que nos abrem o apetite. Eles querem ser um ponto de partida, ou balizas que nos ajudam e nos orientam, que nos indicam um caminho a seguir.

Aproveitemos, então, estes meses. Leiamos de modo especial, no mês de setembro o Evangelho de são Lucas. No mês de outubro, sintamos impulsionados a sermos missionários. Talvez nem seja preciso dizer nada; basta que nossa vida seja um testemunho autêntico.

Um abraço e minha benção

Côn. Pedro Vilson, Reitor

 

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