Santuário do Senhor Bom Jesus Campo Largo

Artigo da Semana – “O ALTO PREÇO de ser fiel à Jesus Cristo”

Quando se fala em perseguição ao cristianismo a impressão é de que trataremos um tema do passado, da era dos mártires mortos sob a opressão do Império Romano. O problema é que somente nas últimas duas décadas morreram mais de dois milhões de cristãos exclusivamente por causa de perseguição religiosa. Isso significa que se somarmos os mártires de dezenove séculos de história, não chegaremos perto da catástrofe que vem se desenvolvendo nos últimos anos.  Isto pode parecer estranho, mas nós vivemos hoje na era dos mártires!

O cristianismo é na atualidade a religião mais perseguida do planeta. Se colocarmos em uma lista os países onde há perseguição o número passa facilmente de cinquenta. Podemos citar entre eles Coréia do Norte, Arábia Saudita, Afeganistão, Iraque, Irã, Síria, Nigéria, Egito, China, entre outros.

Mas o que é exatamente esta perseguição hoje? Bom, os casos são muitos e será impossível abordar todos. Em geral a perseguição se divide em duas grandes linhas: a comunista e a de grandes grupos fundamentalistas islâmicos.

Hoje a comunista Coréia do Norte é o país que mais persegue os cristãos no mundo. O simples porte de uma Bíblia é considerado uma ameaça à segurança do país. E não só implica em cadeia, mas também em um passaporte para os campos de concentração onde as pessoas irão permanecer provavelmente até a morte trabalhando 18 horas por dia. Inacreditavelmente o número de cristãos presos hoje nestes campos de concentração passa de 70 mil.

Toda esta perseguição é justificada pela manutenção do regime comunista que promete promover uma sociedade justa e igualitária baseada na fidelidade ao partido que governa. O comunismo, por ser ateu (Marx chamava a religião de ópio do povo), considera o cristianismo uma ameaça aos interesses do país. O materialismo ateu não consegue suportar pacificamente a existência de uma religião que proclame a Palavra de Deus como sentido para a vida e dessa forma a persegue, tentando calar a verdade.

O mesmo discurso que está em alta nas grandes Universidades do Brasil. O mesmo discurso que orienta os nossos governantes a tentarem aprovar o aborto ou a criarem leis contra a dignidade da família. Também o mesmo discurso defendido por teólogos de esquerda que se gabam de defender a vida da Mãe Terra, mas no fundo favorecem uma ideologia assassina que já matou mais gente no último século do que todas as guerras da história universal juntas.

São os mesmo comunistas que hoje matam milhares de cristãos na Coréia, que ainda são idolatrados por falsos cristãos que, nas palavras de Frei Betto, se esforçam para seguir os três grandes judeus que mudaram o mundo: Jesus, Freud e Marx. Mas enfim, não são só estes comunistas, práticos ou teóricos, que perseguem a religião.

Os grupos radicais islâmicos, que são a outra fonte de perseguições, agem principalmente nas regiões do Oriente Médio e África. Países como Arábia Saudita, Egito e Síria sofrem influências destes grupos que tem um só objetivo: purificar o mundo de qualquer outra religião. Eles não são uma minoria isolada, mas sim uma forte organização que influencia na política da região.

Em julho deste ano a Irmandade Mulçumana, que é um desses grupos, organizou um ataque contra os cristãos no Egito. Foram queimadas cerca de 80 igrejas e diversas escolas cristãs. A desculpa da Irmandade é de que os cristãos estariam se envolvendo demais na política do país. O que além de ser uma desculpa ridícula, infelizmente não é verdade.

Eles chegam até a invadir casas e obrigar seus moradores a se converterem a força. No dia 7 de setembro deste ano, um destes grupos invadiu uma comunidade cristã na Síria, queimaram imagens, Bíblias e mataram três cristãos (um homem, seu sobrinho e neto) apenas porque não quiseram se converter.

Outro caso ocorreu no dia 20 do mês passado no Egito. O resultado foram quatro mortos, incluindo duas crianças, no meio de uma festa de casamento. Infelizmente estes atendados são frequentes.

Isso são só alguns casos em meio a milhares de outros. Calcula-se que o número de cristãos mortos no ano passado segundo o Observatório de Liberdade Religiosa da Itália seja de pelo menos 105 mil. 105 mil pessoas que morreram simplesmente por serem fiéis a Jesus Cristo. No entanto, o mais espantoso de tudo isto é o silêncio da mídia. O silêncio que parece reduzir milhares de mortes a nada. Não é extremamente estranho que nós sejamos da religião mais perseguida do mundo sem perceber isto?

Não é estranho que haja tanta sensibilidade com diversas minorias que se dizem perseguidas enquanto nós, que sofremos mais do que todas elas juntas, somos ainda condenados por intolerância?

Os líderes dos grandes meios de comunicação do Ocidente não veem interesse nenhum em relatar a verdade. Tão criminoso quanto este holocausto de cristãos é a indiferença da mídia que escolhe não divulgar nem a metade disto tudo.

Esta face da Igreja permanece escondida de nós, dos próprios cristãos. A mídia ocidental não parece ter nenhum interesse em divulgar estes fatos. Ou por acaso alguém já viu a história de algum cristão perseguido passando no Jornal Nacional?

No fundo, eles preferem dar atenção a um padre que tenha cometido pedofilia do que aos outros cinquenta que estão morrendo por causa da fidelidade a Cristo. Por isso, além dos ataques comunistas e islâmicos, podemos dizer que há uma perseguição silenciosa no Ocidente. Um silêncio que trai a verdade e consequentemente o próprio Cristo.

No domingo de encerramento do Ano da Fé, a sua santidade Papa Francisco celebrou a Santa Missa ao lado dos Patriarcas e Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas. Na homilia, o Santo Padre os mencionou como exemplos de fidelidade a Cristo, fidelidade que, nas palavras do Santo Padre, permanece mesmo quando isto significa pagar um ALTO PREÇO!

Alto preço, duas palavras que resumem a realidade de sofrimento silencioso de milhares de cristãos, mas acima de tudo resumo de uma realidade de verdadeira vida cristã, disposta a seguir a Cristo até a morte. O que nos resta é nos unir em oração com nossos irmãos perseguidos e buscar seguir, a exemplo deles, a verdadeira radicalidade evangélica.

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