Santuário do Senhor Bom Jesus Campo Largo

A Comemoração dos fieis defuntos – Finados

No Santuário do Senhor Bom Jesus a Celebração da Santa Missa será às 9h. Logo depois procissão até o cemitério Santo Ângelo e benção dos túmulos.

“Ressuscitarás, sim, tu ressuscitarás, meu pó, depois de breve descanso”

(Klopstock – “Ode à Ressurreição”)
Por Monsenhor Diniz Mikosz

“A morte foi aniquilada definitivamente. Onde está, ó morte, tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” Graças, porém, sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por meio do Senhor nosso Jesus Cristo (1Cor. 15, 54b-57).

É deste texto de São Paulo (cita Isaías 25,8 e Oséias 13, 14) que parte a nossa meditação sobre a morte. Ela não parte do túmulo, onde depositamos, com respeito e reverência, os nossos entes queridos e aonde todos nós iremos parar, mas, sim, de um sepulcro vazio do qual saiu Jesus Cristo, nosso Senhor, ressuscitado e vitorioso: é o ponto de vista nosso, do cristão que crê em Jesus e nele encontra a esperança de salvação.

No fim do capítulo mais longo da epístola (58 vs.) no qual o apóstolo discute longamente a questão da ressurreição dos mortos (convém ler todo o capítulo 15) e partindo do querigma da ressurreição de Cristo, prorrompe neste grito de vitória, como quem venceu a batalha.

Há um modo de ver a morte, como um triste e inevitável fim, fechado por um véu de mistério que o pensamento humano e a filosofia tentamem vão decifrar.

Humanamente tememos a morte, e principalmente os sofrimentos, as angústias e o abandono que a cercam. Verdade é que a morte não se sente, pois, quando ela ocorre, já estamos inconscientes e seria inútil querer tomar consciência do que é inconsciente.

Às vezes se pensa que a alma “sai” do corpo e vagueia por espaços infinitos até chegar ao seu lugar. Não parece ser verdade: é, antes o corpo que sai da alma; pois, não podendo mais elaborar a energia de vida que a alma lhe comunica, desfalece e capitula, como um mecanismo que estivesse tão deteriorado que não pode mais funcionar vitalmente (como um automóvel que tivesse algum defeito mecânico tão grave que não pudesse mais funcionar, por mais gasolina que se pusesse no tanque).

Mas, a visão negativista da morte, como fim, não é a concepção do cristão, como São Paulo que “desejava ardentemente a morte para estar com Cristo”. É uma concepção superior e fortificante que Jesus nos veio dar. E assim, aquela escuridão humana e descrente que envolve a morte como fim se desfaz: “a morte é passagem”. Como ignoramos o lado de lá, tememos. Mas Jesus o ilumina.

Santo Agostinho observa que o culto que prestamos aos mortos e às sepulturas, serve muito mais para nós do que para eles: por eles devemos rezar e nós devemos lembrar cada vez mais que esta vida é passageira e que a nossa verdadeira moradia é o céu, a eternidade. E, para lá levaremos apenas o que cada um fez de bem ou de mal durante esta existência terrena, breve ou longa.

No fundo, há em nosso coração uma profunda sede, aspiração de vida: é a ela que Jesus responde com sua palavra misteriosa: “quem vive e crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá”.

Assim a celebração dos finados é a celebração da esperança. E a virtude da esperança cristã, é a “certeza do futuro”, a certeza de que, sendo fieis a Jesus Cristo, esta vida “vai dar certo”. É a renovação da nossa fidelidade a Jesus Cristo.

Conta-se que o Pe. Teilhard de Chardin, grande cientista, nos últimos meses de sua vida, repetia uma frase: “Eu vou para Aquele que vem” (morreu no dia de Páscoa de 1951, em Nova York).

 Jesus vem, do futuro, ao nosso encontro, para nos levar. Alegremo-nos!

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